quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Ensino do Português em Cambridge

Circula na Internet um apelo para assinar uma petição para tentar impedir que a Universidade de Cambridge feche o curso de língua portuguesa que lá existe.

Não deixa de ser interessante que, no mesmo dia em que tomei conhecimento disto, fiquei a saber, através do Guardian, que há quem se preocupe na Grã-Bretanha com o declínio do número de cursos de línguas modernas nas universidades.

Curiosamente o relatório da University and College Union (UCU) reporta-se apenas aos cursos de Alemão, Italiano e Francês.

Factos:

O Italiano é falado por entre 60 e 70 milhões de pessoas (mais ou menos o mesmo número dos que falam turco ou urdu) e é língua oficial na Itália, Suiça, San Marino, Eslovénia, Somália (língua regional), Vaticano e na região de Istria (Croácia).

O Alemão é falado por entre 100 e 110 milhões de pessoas e é língua oficial na Áustria, Bélgica, Dinamarca (South Jutland), Alemanha, Liechtenstein, Luxemburgo e Suiça.

Mesmo o Francês é apenas falado por entre 70 e 100 milhões de pessoas.

O Português, por seu lado, é a 5ª língua mais falada no mundo (por 230 milhões de pessoas) e é língua oficial em Angola, Brazil, Cabo Verde, Timor-leste, Guiné-bissau, Chinese S.A.R. of Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe.

Só por esta razão deveria ser importante, tanto para os britânicos como para os portugueses, defender e até fomentar o ensino do Português.

Uma citação duma responsável da UCU, no acima referido artigo do Guardian, deveria, no entanto, fazer-nos reflectir também sobre o estado do ensino e investigação das línguas nas nossas universidades:
"The widespread closure of modern language courses is leading to students facing restricted choices if they want to study languages. We need to be encouraging future linguists, especially as future researchers and teachers. Without those teachers we will witness a terminal decline in students studying languages, which will damage our civil society and impact on how we interact with the rest of the world."
Convém não esquecer que nem só da língua inglesa vivem as relações internacionais...


NOTA: há alguns problemas com a contabilização dos falantes das diversas línguas. Ver, por exemplo:


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