Assalto à Segurança Social
A imprensa noticia hoje que o Governo irá contratualizar com privados mandatos de gestão de uma verba de 600 milhões de euros proveniente das reservas públicas (ver por exemplo a notícia do Público).
Já escrevi aqui sobre este assunto, quando referi o reconhecimento internacional do desempenho de gestão do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS), que foi eleito o melhor fundo de pensões português.
Se a qualidade da gestão e os resultados obtidos são assim tão bons, porque querem entregar parte da verba para gestão privada?
Há pelo menos uma boa razão para não o fazer.
Pensemos no seguinte: imaginemos que tanto o Instituto de Gestão de Fundos de Capitalização da Segurança Social (IGFCSS), que gere o FEFSS, como uma gestora privada conseguem obter rentabilidades iguais para os fundos que gerem.
Como a gestora privada tem de apresentar lucros (que é o seu objectivo essencial), a rentabilidade final do fundo privado tem necessariamente de ser menor, uma vez que ao valor do fundo tem de ser retirada a comissão de gestão.
Basta ver os valores que as gestoras de fundos de pensões cobram actualmente para perceber que a Segurança Social pode perder imediatamente 1% anualmente, que na gestão pública não sairiam do "bolo".
Isto para não falar dos custos de gestão, que tendem a ser superiores no sector privado, ao contrário do que é crença comum. Um caso típico é o da gestão de sistemas de saúde nos EUA, em que os custos de gestão do sistema público Medicare são sistematicamente inferiores à média dos das gestoras privadas. Novamente a necessidade de gerar lucros e estruturas mais burocráticas mais pesadas (não me enganei! É mesmo assim! A gestão centralizada de grandes sistemas pode gerar economias de escala importantes) tornam os sistemas privados MAIS CAROS.
Então, porque quer o Governo entregar o dinheiro da Segurança Social a privados?
Na ausência de dados objectivos que demonstrem ser esta uma melhor solução (e há muita experiência internacional - negativa...) só posso concluir por uma razão: proporcionar lucros extra a (alguns) privados.
Já escrevi aqui sobre este assunto, quando referi o reconhecimento internacional do desempenho de gestão do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS), que foi eleito o melhor fundo de pensões português.
Se a qualidade da gestão e os resultados obtidos são assim tão bons, porque querem entregar parte da verba para gestão privada?
Há pelo menos uma boa razão para não o fazer.
Pensemos no seguinte: imaginemos que tanto o Instituto de Gestão de Fundos de Capitalização da Segurança Social (IGFCSS), que gere o FEFSS, como uma gestora privada conseguem obter rentabilidades iguais para os fundos que gerem.
Como a gestora privada tem de apresentar lucros (que é o seu objectivo essencial), a rentabilidade final do fundo privado tem necessariamente de ser menor, uma vez que ao valor do fundo tem de ser retirada a comissão de gestão.
Basta ver os valores que as gestoras de fundos de pensões cobram actualmente para perceber que a Segurança Social pode perder imediatamente 1% anualmente, que na gestão pública não sairiam do "bolo".
Isto para não falar dos custos de gestão, que tendem a ser superiores no sector privado, ao contrário do que é crença comum. Um caso típico é o da gestão de sistemas de saúde nos EUA, em que os custos de gestão do sistema público Medicare são sistematicamente inferiores à média dos das gestoras privadas. Novamente a necessidade de gerar lucros e estruturas mais burocráticas mais pesadas (não me enganei! É mesmo assim! A gestão centralizada de grandes sistemas pode gerar economias de escala importantes) tornam os sistemas privados MAIS CAROS.
Então, porque quer o Governo entregar o dinheiro da Segurança Social a privados?
Na ausência de dados objectivos que demonstrem ser esta uma melhor solução (e há muita experiência internacional - negativa...) só posso concluir por uma razão: proporcionar lucros extra a (alguns) privados.
Etiquetas: Segurança Social
1 Comentários:
E não esquecer a "optimização" da exposição ao risco por parte das gestoras privadas, que é um objectivo estratégico legítimo, mas que mina os fundamentos da missão de programas de Segurança Social, i.e., proteger o mais possível todos e com especial atenção os que estão pior.
Ler o que se passa nos U.S. http://www.latimes.com/business/la-fi-insure27mar27,0,2339938,print.story
com a falta de protecção aos pequenos empresários (criadores do seu próprio emprego) e aos profissionais independentes, sem conseguirem seguros mesmo através das respectivas associações profissionais.
Moral da história: cada macaco no seu galho!
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