O Erasmus vale a pena?
O título centra a questão no programa de intercâmbio de estudantes mais conhecido dos portugueses, o Erasmus, embora existam outros.
A pergunta, obviamente pertinente, obtém uma resposta curiosa num artigo recente:
Em primeiro lugar, repare-se que o estudo foi feito na Suíça, com estudantes suíços. Ainda assim, a primeira conclusão (que nada me surpreende) é que a participação nestes programas depende significativamente da proveniência sócio-económica dos estudantes. Isto é, se a família tem ou não recursos para suportar a sua participação. Acerca disto leia-se o que escreveu JV Costa, sobre a sua própria experiência.
A segunda conclusão (mais surpreendente) é que não foi possível apurar qualquer relação de causalidade entre a participação destes estudantes nos programas de intercâmbio e os salários mais elevados que auferem ao entrar no mercado de trabalho ou a sua maior propensão para seguir estudos de pós-graduação.
Diria, sem grande probabilidade de errar, que tanto os salários mais altos como a propensão para continuar estudos é explicável pelo mesmo factor que já condicionou a sua participação nos tais programas de intercâmbio: o nível sócio-económico das respectivas famílias.
Dito de outro modo, tal como no sucesso escolar em geral, o principal factor de sucesso é ter a sorte de nascer numa família de gente instruída e de bons rendimentos!
Se é assim na Suíça...
A pergunta, obviamente pertinente, obtém uma resposta curiosa num artigo recente:
The number of university students participating in exchange programs has risen sharply over the last decade. A survey of Swiss university graduates (classes of 1999 and 2001) shows that participation in student exchange programs depends significantly on the socio-economic background of students. We further analyze whether the participants benefit from additional advantages caused by these exchange programs. Analyses show that student exchange programs are associated with higher starting salaries and a higher likelihood of opting for postgraduate degrees. Analyses using instrumental variable estimations (IV), however, show that these outcomes are not causally related to participation in exchange programs.O texto acima citado é o abstract do artigo Are student exchange programs worth it? (Messer, D; Wolter, SC. HIGHER EDUCATION, 54 (5): 647-663; OCT 2007, acessível na rede académica aqui).
Em primeiro lugar, repare-se que o estudo foi feito na Suíça, com estudantes suíços. Ainda assim, a primeira conclusão (que nada me surpreende) é que a participação nestes programas depende significativamente da proveniência sócio-económica dos estudantes. Isto é, se a família tem ou não recursos para suportar a sua participação. Acerca disto leia-se o que escreveu JV Costa, sobre a sua própria experiência.
A segunda conclusão (mais surpreendente) é que não foi possível apurar qualquer relação de causalidade entre a participação destes estudantes nos programas de intercâmbio e os salários mais elevados que auferem ao entrar no mercado de trabalho ou a sua maior propensão para seguir estudos de pós-graduação.
Diria, sem grande probabilidade de errar, que tanto os salários mais altos como a propensão para continuar estudos é explicável pelo mesmo factor que já condicionou a sua participação nos tais programas de intercâmbio: o nível sócio-económico das respectivas famílias.
Dito de outro modo, tal como no sucesso escolar em geral, o principal factor de sucesso é ter a sorte de nascer numa família de gente instruída e de bons rendimentos!
Se é assim na Suíça...
Etiquetas: Ensino Superior
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