Uma noticia que li hoje na Lusa despertou-me interesse:
"Ciência/empregos: Governo francês cede à revolta dos investigadores
Uma semana depois da sua formação, o governo francês cedeu à revolta dos investigadores, satisfazendo as suas reivindicações sobre emprego científico e pondo termo a mais de três meses de crise nos laboratórios públicos.
As principais exigências prendiam-se, nomeadamente, com a passagem de 550 postos precários a empregos contratuais ainda no orçamento de 2004.
Aceitando esta reivindicação, o ministro da Educação Nacional e do Ensino Superior francês, François Fillon, anunciou na quarta-feira à noite que esses postos "estatutários" seriam propostos a concurso em prazos mais curtos, à razão de 200 empregos de investigadores e de 350 de engenheiros e técnicos.
O ministro anunciou também a criação de 1.000 novos empregos em universidades, 300 na "rentrée" de 2004 e 700 em Janeiro do próximo ano.
"Dei atenção às necessidades imediatas manifestadas pelos laboratórios e pelas universidades", comentou.
"Decidimos, seguindo instruções do Presidente da República e do primeiro-ministro, pôr termo ao conflito, incluindo no orçamento os postos que os investigadores pediam", acrescentou.
Em contrapartida, o ministro afirmou ter obtido a garantia de que "toda a comunidade de investigação se envolva num processo que deverá culminar em finais de 2004 a uma reforma profunda da investigação francesa".
Estas medidas foram acolhidas com entusiasmo pelo colectivo "Salvemos a Investigação", que dirigiu este movimento de revolta contra a "asfixia financeira" dos laboratórios.
"Obtivemos tudo o que queríamos quanto às medidas de urgência", declarou o seu porta-voz, Alain Trautmann.
As decisões do governo foram igualmente bem recebidas pelo principal sindicado dos investigadores, o SNCS-FSU.
Foi "uma boa saída da crise", afirmou o seu secretário-geral, Jacques Fossey."
Fonte: Lusa
A razão porque me interessou foi o facto do governo francês ter tido que ceder, face à determinação dos investigadores, em luta há 3 meses. Não seria possível levar a cabo uma luta semelhante em Portugal, numa altura em que as políticas vão no sentido de percarizar ainda mais o emprego científico e esvaziar financeiramente universidades e laboratórios? Para mais, continua sem se vislumbrar uma verdadeira responsabilização de pessoas e instituições.
"Ciência/empregos: Governo francês cede à revolta dos investigadores
Uma semana depois da sua formação, o governo francês cedeu à revolta dos investigadores, satisfazendo as suas reivindicações sobre emprego científico e pondo termo a mais de três meses de crise nos laboratórios públicos.
As principais exigências prendiam-se, nomeadamente, com a passagem de 550 postos precários a empregos contratuais ainda no orçamento de 2004.
Aceitando esta reivindicação, o ministro da Educação Nacional e do Ensino Superior francês, François Fillon, anunciou na quarta-feira à noite que esses postos "estatutários" seriam propostos a concurso em prazos mais curtos, à razão de 200 empregos de investigadores e de 350 de engenheiros e técnicos.
O ministro anunciou também a criação de 1.000 novos empregos em universidades, 300 na "rentrée" de 2004 e 700 em Janeiro do próximo ano.
"Dei atenção às necessidades imediatas manifestadas pelos laboratórios e pelas universidades", comentou.
"Decidimos, seguindo instruções do Presidente da República e do primeiro-ministro, pôr termo ao conflito, incluindo no orçamento os postos que os investigadores pediam", acrescentou.
Em contrapartida, o ministro afirmou ter obtido a garantia de que "toda a comunidade de investigação se envolva num processo que deverá culminar em finais de 2004 a uma reforma profunda da investigação francesa".
Estas medidas foram acolhidas com entusiasmo pelo colectivo "Salvemos a Investigação", que dirigiu este movimento de revolta contra a "asfixia financeira" dos laboratórios.
"Obtivemos tudo o que queríamos quanto às medidas de urgência", declarou o seu porta-voz, Alain Trautmann.
As decisões do governo foram igualmente bem recebidas pelo principal sindicado dos investigadores, o SNCS-FSU.
Foi "uma boa saída da crise", afirmou o seu secretário-geral, Jacques Fossey."
Fonte: Lusa
A razão porque me interessou foi o facto do governo francês ter tido que ceder, face à determinação dos investigadores, em luta há 3 meses. Não seria possível levar a cabo uma luta semelhante em Portugal, numa altura em que as políticas vão no sentido de percarizar ainda mais o emprego científico e esvaziar financeiramente universidades e laboratórios? Para mais, continua sem se vislumbrar uma verdadeira responsabilização de pessoas e instituições.