segunda-feira, abril 12, 2004

Uma noticia que li hoje na Lusa despertou-me interesse:

"Ciência/empregos: Governo francês cede à revolta dos investigadores

Uma semana depois da sua formação, o governo francês cedeu à revolta dos investigadores, satisfazendo as suas reivindicações sobre emprego científico e pondo termo a mais de três meses de crise nos laboratórios públicos.

As principais exigências prendiam-se, nomeadamente, com a passagem de 550 postos precários a empregos contratuais ainda no orçamento de 2004.

Aceitando esta reivindicação, o ministro da Educação Nacional e do Ensino Superior francês, François Fillon, anunciou na quarta-feira à noite que esses postos "estatutários" seriam propostos a concurso em prazos mais curtos, à razão de 200 empregos de investigadores e de 350 de engenheiros e técnicos.

O ministro anunciou também a criação de 1.000 novos empregos em universidades, 300 na "rentrée" de 2004 e 700 em Janeiro do próximo ano.

"Dei atenção às necessidades imediatas manifestadas pelos laboratórios e pelas universidades", comentou.

"Decidimos, seguindo instruções do Presidente da República e do primeiro-ministro, pôr termo ao conflito, incluindo no orçamento os postos que os investigadores pediam", acrescentou.

Em contrapartida, o ministro afirmou ter obtido a garantia de que "toda a comunidade de investigação se envolva num processo que deverá culminar em finais de 2004 a uma reforma profunda da investigação francesa".

Estas medidas foram acolhidas com entusiasmo pelo colectivo "Salvemos a Investigação", que dirigiu este movimento de revolta contra a "asfixia financeira" dos laboratórios.

"Obtivemos tudo o que queríamos quanto às medidas de urgência", declarou o seu porta-voz, Alain Trautmann.

As decisões do governo foram igualmente bem recebidas pelo principal sindicado dos investigadores, o SNCS-FSU.

Foi "uma boa saída da crise", afirmou o seu secretário-geral, Jacques Fossey."

Fonte: Lusa

A razão porque me interessou foi o facto do governo francês ter tido que ceder, face à determinação dos investigadores, em luta há 3 meses. Não seria possível levar a cabo uma luta semelhante em Portugal, numa altura em que as políticas vão no sentido de percarizar ainda mais o emprego científico e esvaziar financeiramente universidades e laboratórios? Para mais, continua sem se vislumbrar uma verdadeira responsabilização de pessoas e instituições.

Os Op-Eds do New York Times produzem destas pérolas: How Rankings Rate, by AUSTAN GOOLSBEE. A propósito de rankings e pegando no do U.S. News & World Report's relativo às universidades, analiza dum modo muito interessante e diferente do habitual o significado das posições neste tipo de rankings. Mais do que o facto de estar correctamente elaborado, usando as medidas certas, a discussão centra-se no significado prático que tem uma dada posição no ranking.

Claro que no mesmo dia saiu um Op-Ed bem mais preocupante, do Bob Herbert, sobre os cada vez maiores abusos de figuras proeminentes do establishment americano, neste caso o célebro Juiz do Supremo Tribunal, Antonin Scalia: A Justice's Sense of Privilege.

segunda-feira, abril 05, 2004

Na continuação da leitura dos artigos sobre o Powerpoint, lembrei-me do que tinha lido na Fortune e encontrei a referência no site:

Ban It Now! Friends Don't Let Friends Use PowerPoint, by Thomas A. Stewart

Outro artigo que surgiu nesta pesquisa foi:

The Trouble With PowerPoint, by Geoffrey Nunberg

Ambos valem a pena, apesar de não terem a profundidade de análise do "Absolute Powerpoint", referido no post anterior.