domingo, maio 27, 2007

Qualidade no Ensino Superior

A promoção da qualidade nas instituições de ensino superior (IES) deve começar internamente, como aliás é sugerido em diversos documentos (EUA, ENQA, entre outros).

Um bom exemplo surge agora no Instituto Politécnico de Leiria. Noticia o Jornal de Negócios no Blog de Campus:

Com o objectivo de monitorizar as actividades que desenvolve e de estimular a eficiência, o Instituto Politécnico de Leiria (IPL) instituiu um conselho para a avaliação e qualidade – na prática, assemelha-se a uma agência externa implementada a partir de dentro. Entre os oito membros externos que compõe o conselho, destaque para o presidente do Conselho Nacional de Avaliação do Ensino Superior (órgão a extinguir no âmbito do PRACE), Adriano Moreira.

Curiosa a formulação: “agência externa implementada a partir de dentro”. Trata-se, portanto, de uma agência interna de avaliação e promoção da qualidade.

Penso que todas as IES deveriam ter uma unidade destas a funcionar há já algum tempo. De facto, não conheço muitas... E ainda menos nestes moldes, com um conselho composto por diversos membros externos à instituição.

Claro que não basta opiniões externas, por mais competentes e avisadas que sejam. Depois do diagnóstico é preciso propor soluções e implementá-las. Por isso, considero indispensável que as IES tenham estruturas técnicas competentes para levar a cabo estas fases.

Em particular no que se refere ao ensino, penso que todas as IES deveriam possuir estruturas capazes de acreditar internamente os processos de formação, mas também contribuir para uma aprendizagem colectiva e uma melhoria contínua da qualidade desses mesmos processos. Por isso, não devem ser meras estruturas de apoio técnico, sendo essencial que desenvolvam também funções de investigação, disseminação de informação e formação/desenvolvimento profissional dos docentes da respectiva IES.

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Minho, Aveiro e Porto: doutoramentos conjuntos

O Jornal de Negócios, no blog-campus, refere que as universidades do Minho, Aveiro e Porto decidiram avançar com programas de doutoramentos conjuntos em diversas áreas (ver em http://map.edu.pt).

Sem ser uma novidade absoluta (já existem outros doutoramentos conjuntos), é uma iniciativa a observar, não só por envolver três universidades, mas também porque o artigo cita o reitor da Universidade do Porto, José Marques dos Santos, que diz que:

a cooperação se deve alargar também aos primeiros e segundo ciclos de Bolonha (licenciaturas e mestrados): “É também muito importante racionalizar a oferta de formação do primeiro ciclo. Não faz sentido triplicar cursos que depois não têm alunos. Temos que ser nós a dar o exemplo, porque autonomia é sermos capazes de nos organizar e ir de encontro aos nossos parceiros, para termos uma oferta educativa que não defenda apenas os interesses da instituição, mas também do país”, defendeu.

Interessante ainda o objectivo de atrair alunos estrangeiros:

“A meta é, daqui a alguns anos, termos metade de alunos de outros países”, declarou o reitor da UP.

Talvez por isso, o inglês vai ser a língua oficial de ensino dos cursos. Aliás, o site na Internet do MAP (Minho, Aveiro e Porto) já se apresenta nessa língua e um dos pré-requisitos para a admissão nos programas é a fluência dos candidatos em inglês.

O programa prevê ainda a possibilidade de o doutoramento ser atribuído conjuntamente pelo consórcio MAP e pela Carnegie Mellon University (CMU), no âmbito do Information and Communication Technologies Institute (ICTI).

Estes programas do MAP incluem nas unidades curriculares do 1º ano um Thesis Workplan ou um Thesis Planing (presumo que se pretendia escrever Plan, o que faria mais sentido, ou então falta um n: Planning), com 12 ECTS e 15 ECTS, respectivamente, que inclui a apresentação de um tema de tese e do plano de investigação. É uma proposta inovadora e interessante.

Neste âmbito, permito-te chamar a atenção para um curso de doutoramento (de que sou co-proponente e vice-director), que além de incluir esta inovação, apresenta um plano curricular que penso ser único, pelo menos no panorama nacional. Ver em: http://www.utad.pt/pt/ensino_formacao/3ciclo/c_d_ciencias_fisicas/index.html (clicar em plano de estudo para visualizar o plano completo).

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