segunda-feira, janeiro 29, 2007

Universidades formam escolas conjuntas de Física

No seguimento de um post anterior, retomo a questão do fecho de departamentos em universidades britânicas, nomeadamente departamentos de Física.

O Guardian noticiava recentemente que começam a surgir grupos de universidades que estabelecem acordos entre si, nomeadamente de partilha de recursos físicos (sem intenção jocosa...) e humanos, face à eminência de mais fechos e/ou cortes de financiamento.

Um dos grupos estabeleceu uma escola de pós-graduação conjunta, que agrupa os departamentos de Física das universidades de Birmingham, Nottingham e Warwick. Este grupo, denominado Midlands Physics Alliance (MPA), recebeu ainda assim 3.9 milhões de libras do Higher Education Funding Council for England (Hefce), com o objectivo de congregar académicos das 3 instituições para desenvolver investigação em grande escala e para atrair os melhores estudantes de todo o mundo, para formar a próxima geração de cientistas.

Por outro lado, um conjunto de universidades escocesas criou o Scottish Universities Physics Alliance (SUPA), que consiste num departamento conjunto de cientistas de Edinburgh, Glasgow, Heriot-Watt, Paisley, St Andrews e de Strathclyde.

A notícia completa pode ser consultada em: Universities unite for joint physics school

segunda-feira, janeiro 22, 2007

O melhor mestrado do mundo

Começam a aparecer os resultados dos protocolos entre o Estado português e as universidades americanas. Um caso concreto, com a Carnegie Mellon University (CMU):

The joint Carnegie Mellon - University of Coimbra (CMU-UC) Software Engineering Masters Program is a premier professional program in producing software engineering industry leaders and agents of change by teaching the practical application of innovative theories in a mentored studio environment.

Vamos a questõe$ importante$. Das FAQs:

Is there any scholarship that I can apply to so that I can dedicate exclusively to this Masters?
For a limited time, for all studens entering the MSE program, the Portuguese government will cover €36,000 of the €46,000 total per student tuition cost. (The original training in the US costs USD $60,000.) The remaining €10,000 will have to be secured by the student. Bear in mind that there is a set of enterprises who are involved in the Portugal/CMU agreement. These companies will allow their employees to attend this degree and may support them financially.

Bem, as boas notícias são que o curso está em desconto e um estado português paga a parte de leão. As más notícias vêm depois. Ainda das FAQs:

What are the costs of this degree?
The total tuition to be secured by the student is €10,000. You should also consider the living expenses during the semester spent at Carnegie Mellon University, in the US. (Minimum indicative cost: USD 1250/month). The flight costs around €900 and the visa about €165. All students are expected to own a laptop.

Portanto, ainda há que contar com o semestre nos EUA, que não fica nada barato (comparar com os custos em Coimbra, na mesma página...).

Tenho algumas reservas relativamente a este exemplo. Tratando-se de um Mestrado Profissional, parece-me que é um daqueles casos em que o retorno privado previsível (ganhos futuros do formado) excedem largamente o retorno público, pelo que não se percebe o financiamento do Estado em quase 80% do custo em propinas (36.000 dos 46.000 euros).

Por outro lado, parece haver aqui um subsídio indirecto às empresas, porque o curso destina-se essencialmente a quem já está a trabalhar (exige-se um mínimo de 2 anos de experiência profissional). Novamente, o retorno privado (neste caso para a empresa) é capaz de exceder o retorno público.

Há ainda a considerar o risco de o formado decidir ir trabalhar para paragens mais lucrativas (suuny California...) e nunca vir a existir retorno público numa perspectiva nacional.

Por último, fico na dúvida se quem tem possibilidades de financiar uma formação deste género (ou trabalha para quem lha possa financiar) não a faria na mesma e, portanto, o Estado está a desperdiçar recursos que poderiam ser aplicados mais eficientemente, continuando a prejudicar quem mais precisa de formação e tem dificuldades financeiras enormes no respectivo acesso. Já acontece na formação inicial (1º ciclo/licenciatura - ver relatório da OCDE) e deve ser mais grave nas formações avançadas.

quinta-feira, janeiro 18, 2007

Bologna Promoters - quem são em Portugal?

A European University Association (EUA) refere o seguinte na sua newsletter mais recente:
Information Project on Higher Education Reform
This project, which is undertaken by EUA as the result of a successful tender for services to the European Commission, aims at supporting European higher education institutions in implementing reforms, through the dissemination of reference material, and the training of Bologna Promoters active at national level. It has already provided two major European training events for the Bologna promoters – the first on the three cycle system, and the second on quality assurance. The current project will conclude on 14-15 June 2007 with a major conference in Brussels.
Claramente, este projecto é do maior interesse. A pergunta óbvia aparece respondida abaixo:
EUA: Bologna Promoters - who are they?: "Bologna Promoters are professionals active in higher education. These range from Vice-Rectors, Deans, Senior Academics and Directors of Study to International Relations Officers, Higher Education Experts, and Student representatives. On a peer-to-peer basis, they advise and work with their colleagues on the implementation of the Bologna reforms.

In 2004-2005, Ministries of Education selected Promoters upon the proposal of Socrates-Erasmus National Agencies. This selection took into account the advice given by the National Rectors’ Conference in each country.

* Quality Assurance (Internal and External);
* The Three-Cycle System (Curricular Reform, National and European Qualifications Frameworks, Tuning);
* Recognition (ECTS, Diploma Supplement, EUROPASS, Lisbon Recognition Convention and mobility issues)."
Falta responder a outra questão fundamental: Quem é ou quem são os Bologna Promoters em Portugal?

Bem, no site da EUA há uma lista de contactos em 19 países, da Áustria ao Reino Unido, mas Portugal não consta!